**Versos, textos, frases, fases, poemas, crônicas e devaneios...**

sábado, 13 de março de 2010

"...é saber...

...que tudo se move a nossa volta,

tudo se transforma e,

até mesmo quando nos recusamos

a acompanhar a dança da vida,

sem percebermos, ela nos tira pra dançar,

nos envolve com um ritmo novo.

Quando isso acontece?

Quando nos abrimos para a magia

de viver e respirar as entrelinhas, os silêncios."

(...)



"Pena que as grandes cucas confusas não saibam amar.
Pena também que a gente se envergonhe de dizer,
a gente não devia ter vergonha do que é bonito.
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo,
e que então tudo vai ser mais claro,
que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe,
e que precisaria saber para compreender todas as vezes
que fugi de você e voltei e tornei a fugir.
São coisas difíceis de serem contadas,
mais difíceis talvez de serem compreendidas
— se um dia a gente se encontrar de novo, em amor,
eu direi delas, caso contrário não será preciso.
Essas coisas não pedem resposta nem ressonância
alguma em você: eu só queria que você soubesse
do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você.
Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém,
como você existe em mim."

(Caio F. Abreu)

"O coração, um cacto. Não me importo mais.”


"...às vezes digo coisas ácidas
e de alguma forma quero te fazer
compreender que não é assim,
que tenho um medo cada vez maior
do que vou sentindo em todos esses meses,
e não se soluciona, mas volto e volto sempre,
então me invades outra vez com o mesmo jogo
e embora supondo conhecer as regras,
me deixo tomar inteiro por tuas estranhas liturgias,
a compactuar com teus medos que não decifro,
a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso
descarnado, essas migalhas que me vais jogando...
...entre as palavras e os pratos vazios..."


(Caio Fernando Abreu)

...foram as montanhas, foram os mares, não sei, por muitas coisas singulares não te encontrei...

"... farei o possível para não amar demais as pessoas,
sobretudo por causa das pessoas.
Às vezes o amor que se dá pesa,
quase como responsabilidade na pessoa que o recebe.
Eu tenho essa tendência geral para exagerar,
e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo.
É uma forma de paz..."